terça-feira, 20 de julho de 2010

11-07-10 e 12-07-10

Sai para a viajem de bicicleta somente na noite da segunda feira dia 11, um dia depois do previsto, sendo que a madrugada do dia 11, do domingo para a segunda, foi bastante cansativa, embora recompensadora, pois eu e Meirinha, a grande companheira Meire Quadros, militante em multíplas frentes, estávamos em casa finalizando um projeto sobre direitos humanos e rede pública de ensino para inscreve-lo no encontro de educação popular de lins no fim desse mês.
Acabamos lá pelas 3 da matina e, pra priorar e\ou melhorar, tivemos que ir até embu guaçu em busca da camera que ela me emprestaria pra levar na viajem. Enfim, dormi lá em Embu na casa dela, ou melhor, cochilamos umas horinhas e pela manhã voltei para Santo André pra pegar a estrada logo, pois estava atrasadíssimo quanto a saída e se demorasse mais talvez não conseguiria chegar em Goiânia para o encontro. O problema foi que a a viajem de embu guaçu à Santo André foi super demorada, muito transito até São Paulo, depois problemas no trem para Santo André e eu só fui chegar em casa umas 14:00hrs, sendo que ainda tinha que almoçar e averiguar as malas para não esquecer aquelas coisas que sempre esquecemos ao viajar, vocês sabem.
Percebi que seria inviável pedalar, pois de noite não é boa idéia fazer alguns percursos, principalmente saindo de São Paulo, então decidi que iria de onibus, primeiro para Sumaré na a casa da Carla, psicóloga ligada a aneps creio eu, a qual me ligou varias vezes, tão gentil e atenciosa que além de me disponibilizar sua casa pra eu ficar nessa primeira noite, fez uma baita correria pra conseguir acolhimento pra mim em outras cidades, pena que, por não ter onibus da minha cidade pra lá, não deu certo; outra opção depois foi a casa da Fran em Campinas que também me ligou oferecendo estadia.
A Fran é psicologa em um caps em campinas, ligada também a educação popular, me recebeu juntamente com seu noivo Waguinho lá pelas 11 da noite e de cara me deixaram muito a vontade, coisa desse povo ligado aos movimentos populares, vocês sabem... conversamos sobre saúde, discutimos educação popular, enfim, uma boa troca de experiência e aprendizado.

No dia seguinte, ao invés de pedalar, resolvi aceitar o convite da fran e visitar alguns serviços de saúde mental da cidade, alguns que eu já ouvira falar e alguns amigos da luta já haviam me sugerido como ótima opção de visita na viajem.
Primeiro fomos ao Candido Ferreira, que anos atrás funcionava como manicômino e hoje tornou-se um grande exemplo de serviço de saúde dentro das diretrizes da reforma psiquiátrica, possuem um restaurante mantido também pelos usuários que fornece as refeições tanto internamente para funcionários e visitantes, quanto para os outros serviços de saúde mental da cidade, um grande exemplo de como pode-se investir na habilidade e capacidade das pessoas pra se garantir autonomia aos invés de simplesmente terceirizar os serviços.
Também ha o ponto de cultura maluco beleza, possuem vários projetos, dentre eles um programa que é transmitido em parceria com uma rádio, os locutores, "LOUCUTORES" como dizem, são usuários ou funcionários de serviços de saúde da cidade (não sei se só da saúde), mandam muito bem na programação, verdadeira propulsão da mídia democrática, do direito ao grito... infelismente o programa esta de férias, pois além de querer muito conhece-los, iria pleitear junto com a Fran uma entrevista pra falar da viajem, do encontro nacional e tudo mais. Mas tinha um povo lá, um pessoal muito especial com o qual aprendi muito, silvana, josué, josé, as meninas da recepção, o povo das oficinas, fiz muita gente pintar os retalhos para a colcha, escreveram mensagens incríveis, são pessoas realmente especiais, vô vê se mando as fotos pra vocês, o problema é que são pesadas e tô com dificuldade de acesso a internet... Enfim, foi uma tarde incrível.
Mais o menos meio dia a Fran foi trabalhar e me deixou por lá, fiz amizade com o pessoal que me mostrou o espaço e as oficinas, combinei de fazer algumas fotografia com o seu Josué, um dos locutores do maluco beleza, a proposta que fiz para ele foi a de fotografarmos o cândido segundo seu olhar sobre aquele espaço, ele topou mas infelismente não deu tempo pra gente sair e fazer o trabalho, pois as 15:30 já tinha combinado com outro pessoal do candido de ir conhecer outro espaço da cidade, o centro de convivência espaço das vilas, onde haveria um outro projeto do maluco beleza, uma roda musical em que todos tocam e cantam, expontaneamente, e depois se apresentam em alguns lugares. Um ótimo projeto também.
Saindo do espaço das vilas fui ainda para mais um serviço de saúde mental da cidade, agora o caps Esperança, lá esperava encontrar um amigo que fizemos no encontro regional do RJ, nosso querido cantor Renato, um ótimo compositor, combinamos de gravar suas canções e quando lá cheguei assimo fizemos, embora ainda não com a qualidade que queremos, mas já é um começo para termos a base pra tirar nos instrumentos e pensar os arranjos das canções, sendo que talvez os instrumentistas sejam justamente os meninos do projeto do maluco beleza lá no espaço das vilas, conforme ficou combinado com io José, jornalista que trabalha nesse ponto de cultura e foi também meio que um anfitrião pra mim nessa passagem por campins. Combinamos de nos encontrar quando eu voltasse da viajem.
Uma das grandes satisfações de um viajem como essa é deixar a possibilidade de desenvolvermos projetos conjuntos futuramente e em Campinas já temos a idéia de gravar um CD com as canções do renato e ensaios abertos desse grupo musical do maluco beleza, espero que consigamos tocar pra frente essas coisas todas.
As oficinas do candido também são um exemplo de sucesso, ha produção de artesenato, mosaico, vitral, papel reciclável, vela, dentre outros, sendo que comercializam a produção remunerando os usuários trabalhadores e assim, além dos fins terapeuticos, promovem a geração de renda e novas possibilidades para todos os participantes, é uma pena que não possa mais escrever por hoje, mas futuramente tento mandar algo para os que não conhecem.

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