domingo, 25 de julho de 2010

Noite do dia 16, sexta-feira, 5º dia de viajem

Noite do dia 16, sexta-feira, 5º dia de viajem.

No dia 16, sexta feira, anoitecendo, decidi acampar e passar a noite em um posto da estrada entre Leme e Pirassununga, interior de São Paulo, mas tive uma péssima surpresa num primeiro momento quando desembrulhei minha barraca para arma-la, pois percebi que suas varetas estavam quebradas de modo que inviabilizaria sua utilização para dormir. Estava muito vento e a previsão era para 5º na madrugada, fiquei um pouco preocupado mas parti para o plano B, dormir numa rede que também carrego nas viajens. Teria que arma-la entre árvores, em lugares descobertos ali perto, o que era ruim pois os ventos fortes poderiam ser indicativos de chuva no decorrer da noite. De repente, quando já me preparava para migrar, me aparece um senhor super gente boa, puxando papo e tirando umas dúvidas sobre aquela bicicleta toda cheia de malas ali encostada. Ele viaja com a esposa por aí num caminhãozinho vendendo armários, cadeiras e mesas de madeira, dormem na cabine, lugar muito apertado pra dois, segundo ele que me ofereceu manobrar seu caminhão de modo que mais se aproximasse do pilar da área coberta para que eu pudesse amarrar na sua lateral uma banda da rede, sendo a outra no pilar e, além de me fazer esse favorzão, me ajudou a amarrar a rede, pegou uns plásticos pra não danificar minhas cordas, deu uns nós bem garantidos de modo que eu pudesse dormir bem seguro, enfim, o cara foi muito gente boa e acabei tendo a minha melhor noite até então, a rede estendida, no céu as estrelas apareceram, bem como a lua que estava com um brilho muito especial e a questão dos ventos e frio foi resolvida com meu saco de dormi;r, feito para aguentar até -10º. Foi uma noite incrível, fiz um pouco de tudo, escreci um pouco, vi as fotografias tiradas até então, bati papo com o pessoal do posto e só fui acordar no dia seguinte, lá pelas sete da manhã, quando o senhor gente boa tava de saída e precisava desamarrar a rede do caminhão e foi aí que lembrei que ele havia me falado na noite anterior sobre a falta de conforto em dormir com sua esposa na cabine e, assim, ao invés de guardar a barraca pra tentar arruma-la depois, o que estava fácil pois faltava apenas colar umas varetas, decidi doa-la pro casal, o que o deixou muito emocionado e pude ver isso nos olhos deles que tentaram me perguntar quanto valia aquela barraca, quanto eu tinha pago, e eu desconversava e dizia que era presente, pra eles não se preocuparem. No final ele me deu dez reais, os quais relutei em pegar mas acabei cedendo. Acho que vai ser muito útil pra eles essa barraca e, depois
da ótima noite que tive, posso me virar muito bem com a rede.

OBS: Podia, pois lá na frente, quando já estava eu em Uberlândia-MG, perdi minha rede. Essa é uma história que conto pra vocês depois.

bjos e abrçs!!!

...pedalando pelos mundos...

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