domingo, 25 de julho de 2010

24-07-10

Acordei tarde, quase meio dia. Havia combinado de almoçar com os amigos de Catalão antes de partir e assim o fizemos. Engraçado, não sei o que aquelas pessoas deixaram em mim, ou talvez eu é que esteja muito sensível em meio a esse processo todo de viajem, mas essa despedida de Catalão foi diferente e a medida que arrumava minhas coisas fui sentindo uma emoção muito forte, não sabia de onde vinha e nem o porque daquilo, era uma saudade já daquelas companhias que tive naqueles dois últimos dias, observava a luz do sol que batia no lado de fora da casa, me veio uma sensação estranha, a impressão de que de alguma forma estava deixando algo muito valioso pra trás naquele momento e realmente aquelas pessoas me acolheram muito bem e me deixaram fazer parte daquilo que são. Cheguei a chorar alguns minutos após a despedida final quando já pedalava pela cidade. Fabiola, Bodó e Jacy, pessoas que jamais esquecerei.
A estrada aos poucos trás um estado muito grande de fluência que faz com que agente sinta um sentimentno de que as coisas acabam se encaixando e se resolvendo da melhor forma possíve e assim tenho cada vez mais me sentido tranquilo e sereno em meio aquelas que, em outras circunstâncias, poderiam ser consideradas situações difíceis. Hoje mesmo, demorei pra sair de Catalão, a tarde já estava lá pela metade e a cidade mais próxima a uns sessenta kms numa estrada com muitas subidas e descidas, sendo que eu sabia que pelo caminho não havia posto pra eu encher os pneus que tão murchando com o passar das horas e os ônibus também não paravam caso precisasse de ajuda, segundo o próprio motorista de um deles me informou. Portanto sabia que iria ficar a noite pela estrada, na pior das hipóteses com os pneus murchos, mas mesmo assim descidi partir e em nenhum momento me bateu qualquer tipo de tensão maior. Acreditei que de alguma forma resolveria as coisas sem grandes transtornos ou, se com grandes dificuldades, nada que fosse grande demais pra me fazer volver.
Enfim, pedalei, pedalei... as luzes da estrada estavam lindas, o percurso é bastante difícil mas a estrada não estava muito movimentada, talvez por ser sábado, e eu pude parar, fazer fotos do trajeto, até que, findando a tarde, depois detoda uma tarde em que ao redor só o que se podia observar eram montanhas e terras, cheguei à um lugar chamado MEFIJA, a qual posteriormente descobri ser uma clínica de recuperação para cidadãos que já estiveram em conflito com a lei, mas não tenho certeza se todos. Conto essa vivência no próximo contato.

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